Há algumas semanas assisti o filme Battle for Sevastopol (2015) que conta a história da ucraniana Lyudmila Pavlichenko, uma sniper do exército soviético na Segunda Guerra Mundial. Ela era conhecida pelo “singelo” apelido de Lady Death, graças à quantidade de mortos em seu caderninho de anotações. Não vou dar spoiler sobre o número de pessoas que ela matou para despertar sua curiosidade e aconselho a NÃO ler nada na Wikipedia simplesmente porque tudo que está lá acontece no filme, então é melhor assistí-lo na completa ignorância como eu assisti.
Lyudmila foi a primeira cidadã soviética a ser recebida na Casa Branca por um presidente americano e acabou se tornando muito próxima da primeira dama, Eleanor Roosevelt. No filme, é ela quem narra a história da sniper ucraniana. A foto abaixo é da real Lyudmila Pavlichenko.
Assim que a primeira dama é apresentada à Lyudmila, surge o interesse em saber quem é a pessoa que veste aquele uniforme, qual a sua história, como e porquê ela foi pra guerra e o filme cumpre bem o papel de apresentá-la ao espectador. Visualmente o filme não deixa nada a desejar em relação a outros filmes de guerra, com direito a explosões, sangue, intestinos pra fora (sempre tem neh?), cenas aéreas e até algumas cenas que eu acho que não seriam mostradas em um filme hollywoodiano. Em meio ao caos da guerra, o diretor ucraniano Sergey Mokrytskyi conseguiu inserir cenas mais poéticas que representam o lado delicado e humano da personagem principal.
A trilha sonora é bem bonita e a maior parte dela foi executada pela Orquestra Sinfônica Acadêmica Nacional da Ucrânia. Além das músicas executadas pela orquestra, uma música do artista ucraniano Okean Elzi (“Обійми” – Abraço) faz parte da trilha e outra da artista russa Polina Gagarina (“Кукушка” – Cuckoo). Confira abaixo o trailer do filme com dublagem em inglês.
Afinal, gostei do filme ou não? A resposta é sim e recomendo, especialmente para quem gosta de história e filmes sobre guerra. Uma curiosidade sobre esse filme é que ele é uma co-produção entre Rússia e Ucrânia e começou a ser produzido em 2012. As filmagens começaram no outono de 2013 na Crimeia, um pouco antes dos protestos da Euromaidan começarem. A agência de cinema estatal da Ucrânia e o Ministério da Cultura da Rússia foram responsáveis pelo seu financiamento e o orçamento ficou comprometido por conta do conflito entre os dois países. Mas no fim deu tudo certo e o lançamento aconteceu na primavera do ano passado. Inclusive a atriz Yuliya Peresild chegou a receber alguns prêmios por sua atuação.
Outra curiosidade é que os atores que interpretam americanos foram dublados e dá pra perceber isso claramente. Fiquei pensando, “será que o sotaque dos atores é tão forte que a produção achou melhor optar pela dublagem?”. De qualquer forma, isso não compromete o resultado final do filme, só me chamou atenção mesmo. Ah, uma última curiosidade: o título em ucraniano é Незламна (Indestrutível) e em russo é Битва за Севастополь (Batalha por Sevastopol).
Bom, fica aí a minha dica se você quiser conhecer um pouco mais sobre a história da Ucrânia, União Soviética, Segunda Guerra Mundial. E se você já assistiu, me conta nos comentários o que achou.
Obrigada pela dica, Alê! Me interessei pelo contexto do filme e pela Lady Death. Vou assistir na primeira oportunidade!
Mês passado assisti Stalker, do Andrei Tarkovsky, e fiquei apaixonada pelo filme. Quero conhecer mais sobre o cinema da sua terra! : )
Legal, Izzy! Quando você assistir me conta o que achou. Eu consegui não dar nenhum spoiler e o trailer também não entrega o filme. Lyudmila Pavlichenko foi uma mulher MUITO destemida.. Fico feliz que tenha curtido o Stalker. O Leste Europeu tem muita gente talentosa, vale a pena conhecer o trabalho deles.
E esse meu dedo coçando pra abrir a Wikipedia e ler mais sobre a Lyudmila? Mas fiquei interessada por ver o filme (nunca assisti cinema ucraniano, nunca é tarde pro primeiro) e quero ter essa experiência de conhecê-la durante o filme. ♡
Se você quer ter a experiência de conhecê-la durante o filme, então não leia mesmo nada na Wikipedia. E me conta o que você achou se assistir. Beijos.