Opa! Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? Demorei uma eternidade para conseguir editar as fotos de Londres e ainda nem toquei nas fotos da Noruega. É muita foto, minha gente… E eu sou do time das pessoas leeeeentas e não tenho paciência para ficar muuuuuitas horas editando, então editava um pouquinho a cada dia e deu nisso. Selecionei algumas fotos que resumem bem o que foi a viagem e não vou ficar contando mil informações porque Londres dispensa apresentações. Vou contar mais sobre as minhas impressões e tals, ok? Ok.
Chegando atrasada no rolê do 6 on 6 porque o tema escolhido foi “último destino” ou Останнє місце призначення em ucraniano e, como eu cheguei da última viagem no domingo, ontem ainda estava passando as fotos da câmera para o computador. No dia 24 de maio pegamos um avião rumo a Londres e depois pegamos um navio para fazer um cruzeiro pelos fjords da Noruega, então as fotos escolhidas para esse mês são um aperitivo do que foi essa viagem. Vale lembrar que junho é o mês que esse lindo projeto faz aniversário e a última foto representa a celebração dos 2 anos de existência dele.
Já escrevi alguns posts sobre a Ucrânia no cinema, mas ainda não tinha falado sobre esse clássico do cinema mundial. Esse filme entrou na minha vida quando eu tinha uns 15 ou 16 anos de idade e não sabia nem apontar a Ucrânia no mapa. Meu pai pegou esse filme na locadora pra mim (e nem era DVD, era VHS mesmo) porque eu estava numa fase meio apaixonada pelos filmes do Charles Chaplin. Clássico, mudo e preto e branco? Check. Agora advinha se eu tive paciência para assistir? Lógico que não. O filme nem é longo nem nada, mas me faltava maturidade mesmo. Afinal, ele está bem longe de ser engraçadinho como os filmes do Chaplin.
Corta para 20 anos depois e eu mais madura, morando na Ucrânia e com viagem marcada para Odessa, cidade onde se passa a história. Momento perfeito para dar uma segunda chance para a película, ainda mais agora que o You Tube está aí para facilitar a vida da gente. E agora sim, tudo fez sentido e eu entendi o grande motivo desse filme ser um clássico do cinema mundial. A famosa sequência da escadaria é realmente FAN-TÁS-TI-CA. Especialmente quando você lembra que esse filme foi lançado em 1925. O diretor Sergei Eisenstein conseguiu transmitir a sensação de desespero de forma fenomenal. E agora todas as cenas clássicas de escada me fazem pensar que é uma referência a esse filme. Sério, se você gosta de cinema, precisa sentar e prestar atenção nele e em todos os símbolos usados para passar a mensagem que o diretor quis passar.
No caminho de volta para casa, decidimos parar em Zhytomyr, uma cidade que fica a 2 horas de Kiev. A princípio, esta parada não estava prevista no nosso roteiro, mas durante a viagem descobrimos que há um Museu dos Cosmonautas nessa cidade e, como já estava no nosso caminho mesmo, paramos para conferir. O museu leva o nome de Sergei Korolyov, um engenheiro espacial que nasceu em Zhytomyr. Logo em frente ao Museu dos Cosmonautas fica a casa onde Korolyov nasceu e hoje, ela é um museu dedicado à vida dele. Outra figura ilustre que nasceu nessa cidade foi Adolpho Bloch, dono das extintas Revista Manchete e Rede Manchete. Alguém aí cresceu nos anos 80/90 e assistia Clube da Criança com a Angélica e cansou de ouvir “Vou de Táxi”? E a novela Pantanal? Agora eu entendi porquê o pessoal daqui da Ucrânia conhece a novela Dona Beija. Não é muita coincidência uma novela da Rede Manchete chegar aqui? Ok, parei.
Pegamos a estrada rumo à Kamyanets-Podilsky numa manhã de quarta-feira, mas antes fizemos uma parada na reserva ecológica chamada “Vale dos Narcisos” (долина нарцисів). Eles florecem a partir do final de abril até a metade de maio e o vale fica a umas 2 horas de Uzhgorod, então o incluímos no nosso roteiro. Quando visitamos, 70% dos narcisos tinham florescido. Essa espécie de narcisos corre perigo de extinção e a reserva faz parte da UNESCO desde 1992. Por isso há uma estrutura de madeira indicando até onde é permitido ir. Na foto abaixo dá pra ver as montanhas ao fundo, já que esta área também faz parte da Transcarpathia/Zakarpattia. O ingresso para entrar na reserva custa 15 UAH por pessoa (0,60 dólares).
A grande vencedora do Eurovision 2016 foi a cantora Jamala que representou a Ucrânia no concurso musical. Lógico que essa vitória veio acompanhada de polêmica neh. Não costumo acompanhar o Eurovision, mas pelo que eu li, a Rússia tentou desclassificar a artista alegando que ela apresentou uma música com cunho político e isso fere as regras da competição. O tema da música “1944” é a deportação dos tártaros da Crimeia por ordem do Stalin. Jamala dedicou a canção à sua bisavó que fazia parte do grupo étnico que foi expulso de sua terra nativa.
Conforme prometido no último post, aqui começa o relato sobre a road trip pela Ucrânia. O roteiro foi decidido meio em cima da hora com ajuda de um guia que compramos há algum tempo. Saímos num domingo rumo à Lviv, mas antes paramos em Klevan para visitar o Túnel do Amor (Тунель Кохання), um lugar que estava na lista de lugares para visitar há tempos. Provavelmente voltaremos lá, pois a cada estação a paisagem fica completamente diferente. Percebam na foto abaixo que o túnel não estava totalmente fechado, imagino que seja porque a primavera começou há pouco tempo. Nos próximos meses os galhos devem crescer mais até ficar com o formato de túnel bem evidente. Mesmo assim deu para conseguir umas fotinhas.
Essa linha de trem tem 3km e liga as cidades de Klevan e Orzhiv. O trem que passa por ali transporta madeira para uma fábrica local. Diz a lenda que, no início do século XX, um casal usava esse túnel para se comunicar usando lanternas . Essa foi a saída que eles encontraram depois que os pais da garota impediram o romance dos dois por conta da religião do rapaz não ser a mesma da família da garota. Assim surgiu o nome “túnel do amor” e vários casais gostam de ir pra lá tirar fotos e curtir um passeio romântico. Na verdade, várias pessoas visitam esse local, não necessariamente casais. Afinal de contas, o lugar é bonito mesmo e eu descobri que tem até um filme japonês que foi gravado lá. Confira o trailer clicando aqui.
Dei uma sumida, mas dia 6 é sagrado aparecer por aqui por conta do projeto 6 on 6. Já adianto que o sumiço foi por uma boa causa, pois eu estava fazendo uma pequena road trip pela Ucrânia e nesse post vai dar pra sentir um gostinho do que foi essa viagem. O tema escolhido para esse mês foi natureza ou Природа em ucraniano. Nada mais apropriado para essa época linda chamada primavera onde a natureza grita por todos os cantos. A foto que abre o post é do Vale dos Narcisos, um dos pontos onde paramos durante a road trip. Em breve farei posts explicando tudo com mais detalhes.
Comentei nesse post que nunca tinha pegado o tram em Kiev, mas essa semana eu vivi essa experiência pela primeira vez. Eu já tinha usado o tram de Lviv para visitar o cemitério, mas o de Kiev ainda era novidade pra mim. Até que minha amiga brasileira me convidou para um passeio pela floresta com o grupo de mulheres expatriadas da qual ela faz parte (depois escrevo um post sobre esse grupo). Eu já sabia que o tram ia até essa floresta, mas ficava desanimada de ir pra lá sozinha, então esse convite foi a oportunidade perfeita para aproveitar o início da primavera.
Uma das coisas que estava nos meus planos quando me mudei para cá era ler mais por diversão, já que em Brasília todo o meu tempo livre era dedicado a estudar para concursos. Estou conseguindo colocar esse plano em prática e resolvi que esse momento da minha vida era perfeito para mergulhar na literatura russa. Pois é, eu nunca tinha lido nenhum autor russo, mas nunca é tarde para começar, não é mesmo? “Mas você mora na Ucrânia, porque não escolheu um autor ucraniano?”. Bom, os autores ucranianos estão sim nos meus planos, porém acabei caindo na literatura russa meio que por acaso. Ano passado, resolvi assistir “Anna Karenina” e me decepcionei tanto com o filme que pensei “Não é possível que o livro seja tão ruim quanto essa adaptação”. E foi assim que resolvi comprar o livro e tirar minhas próprias conclusões sobre essa obra do renomado autor Leon Tolstói.