Ontem assisti esse documentário da Netflix que estreou na última sexta-feira e posso afirmar que é a melhor produção sobre a Revolução Euromaidan que eu assisti até agora. Já tinha comentado nesse post sobre o documentário “Maidan” que também está disponível na Netflix, mas ele não chega nem aos pés de “Winter on Fire”. Se você tem estômago fraco, já aviso logo que tem muito sangue e não é sangue cinematográfico. Por falar em estômago, eu passei praticamente o filme inteiro com um grande nó no meu porque é muito esquisito ver as atrocidades que foram cometidas num lugar por onde já passei inúmeras vezes. É bem chocante ver as pessoas que estão nas fotos do memorial localizado na Maidan sendo assassinadas na tela da minha TV, cenas que eu acho que não foram transmitidas por nenhuma emissora.
O tema escolhido para o 6 on 6 desse mês foi fachadas – фасади em ucraniano. Confesso que esse tema foi bem difícil pra mim e eu descobri que não faço a mínima ideia de qual a melhor forma de fotografar uma fachada. Se alguém tiver alguma dica valiosa, aquela manha da ariranha, compartilha aí com a amiguinha aqui vai! Mimimis à parte, missão dada é missão cumprida e aqui estou eu com as minhas singelas e humildes 6 fotinhas. Três delas foram feitas hoje, nos 45 do segundo tempo. Pelo menos agora temos uma lente grande angular que facilitou um pouco o serviço, já que seria quase impossível fazer esse tema com a 35mm.
A foto que abre o post é da fachada da Universidade Taras Shevchenko e esse foi o primeiro lugar que me veio à cabeça quando o tema do mês foi definido. Afinal, uma universidade vermelha com essa iluminação merece uma foto. De dia ela já chama atenção por conta da sua cor, mas à noite ela consegue se tornar ainda mais imponente.
Chegando MEGA atrasada, mas aqui estou eu com as fotos do projeto 6 on 6. Tardo, mas não falho! Porém, tenho que confessar que só consegui fazer uma foto e as outras são fotos de arquivo que já apareceram por aqui em outros posts. Não costumo tirar fotos de comida, então tive que dar uma engabelada, já que o tema do projeto esse mês é comidas e bebidas ou їжа та напої em ucraniano. Bom, eu não como carne vermelha, então vou falar aqui apenas das comidas típicas que já experimentei.
A foto que abre o post é da vareniki (вареники), uma massa cozida recheada que lembra um pouco o ravioli. O recheio pode ser salgado ou doce como por exemplo: queijo, cogumelo, repolho, carne, frutas vermelhas. Na Polônia ela é conhecida como pierogi.
Yevgeny Khaldei foi um importante fotógrafo da União Soviética. Ele nasceu em Donetsk em 1917 e era judeu. Fotógrafo autodidata, fabricou sua primeira câmera com papelão e as lentes dos óculos de sua avó. Contratado pela agência de notícias soviética Tass, cobriu a Segunda Guerra Mundial desde a abertura da frente russa em 1941. Acompanhou o avanço do Exército Vermelho pelas regiões da Crimeia, dos Balcãs, da Hungria e da Romênia até chegar a Berlim, onde registrou o momento que um soldado içava a bandeira vermelha sobre as ruínas do Reichstag. Porém, essa cena não foi espontânea: Khaldei convenceu dois soldados a içar uma bandeira feita por seu tio com uma toalha de mesa. Ele se inspirou numa fotografia de Joe Rosenthal e sua intenção era glorificar as tropas soviéticas. A imagem rodou o mundo, mesmo retocada para eliminar alguns detalhes (relógios que denunciavam as pilhagens de corpos em Berlim) e incluir fumaça no horizonte para criar um efeito de batalha, quando na realidade Hitler já estava morto há 2 dias.
Mais Ucrânia no cinema? Sim! Estava eu procurando algo para assistir no Netflix e me deparo com esse documentário sobre o Femen, movimento feminista mundialmente reconhecido que nasceu em terras ucranianas e hoje tem filiais ao redor do mundo. Provavelmente você já viu na TV alguma notícia sobre esse grupo de garotas fazendo protestos sem blusa e com suas emblemáticas coroas de flores, típicas da cultura ucraniana. Antes de vir morar em Kiev, o Femen e o desastre de Chernobyl eram as únicas referências que eu tinha sobre o país.
O documentário tem direção do suíço Alain Margot e conta como o grupo feminista surgiu, com foco especial em sua criadora, Oksana Shachko. A organização surgiu em 2008 e Oksana explica que no início as garotas não faziam protestos mostrando os seios, mas um belo dia ela teve a ideia de tirar a blusa em um dos protestos e conseguiu atrair bastante atenção da mídia. Daí pra frente, o topless virou a marca registrada das meninas que passaram a pintar mensagens e símbolos em seus corpos, transformando-os em suas armas.
Continuando no tema road trip, resolvi fazer uma lista de road movies para entrar no clima e inspirar a nossa próxima viagem. Ao fazer essa lista, percebi que muitos dos meus filmes preferidos da vida são road movies e acho que isso quer dizer alguma coisa neh. Viagens costumam ser experiências transformadoras e as road trips então, nem se fala. Provavelmente por isso elas fazem tanto sucesso no cinema. Acho muito mais legal curtir a paisagem ali de pertinho ao invés de ver tudo a quilômetros de distância, da janela de um avião. Tudo bem que eu durmo em boa parte da viagem… Mas deixa eu parar de divagar e ir logo para a lista que é o que interessa.
Em 2004, Ewan McGregor e seu amigo Charley Boorman fizeram uma road trip de 115 dias e registraram tudo num reality show chamado “Long Way Round”. No melhor estilo “Easy Rider”, eles partiram de Londres com destino à NYC passando por 12 países, incluindo alguns do leste europeu. No terceiro episódio, eles passam pela República Tcheca, Eslováquia e entram na Ucrânia pela cidade de Uzhhorod. Além de viver essa aventura, Ewan e Charley visitaram alguns projetos sociais apoiados pela UNICEF nos países por onde passaram e o primeiro que aparece no programa é em Kiev. Esse projeto visa ajudar as crianças que foram afetadas fisicamente e emocionalmente pelo desastre de Chernobyl, ocorrido em 1986. Eu encontrei um vídeo que mostra essa visita e você pode assistir aqui embaixo.
Já que o tema do Projeto 6 on 6 de julho (que agora é 7 on 7) foi música, resolvi continuar no tema e apresentar 5 músicas de artistas ucranianos para vocês ouvirem. Já descobri alguns artistas, entre eles a Onuka e a banda Brunette Shoot Blondes e já falei sobre ambos aqui no blog. Agora chegou a hora de apresentar mais alguns que achei interessantes e espero que vocês também gostem. Com exceção do primeiro, todos os artistas que vou apresentar aqui estão bem em começo de carreira e alguns ainda nem lançaram o álbum de estreia, apenas EPs. Então talvez vocês ainda vão ouvir falar deles fora da Ucrânia.
Tá sentindo cheiro de novidade no ar? É que esse amado projeto fotográfico cresceu e apareceu! Infelizmente, perdemos nossa representante de Portugal (Rita Laranja), mas ganhamos duas novas participantes, a Loma e a Ana Paula. Portanto, agora que somos 7, o projeto será atualizado todo dia 7 de cada mês. E o tema do mês de julho é música ou музика em ucraniano. Tema bem gostoso de fazer, já que eu adoro música, não é à toa que me casei com um DJ (hoje ele está aposentado). A música faz muito parte da minha vida desde sempre e eu sou daquelas que sempre presta atenção no que está tocando quando vou a alguma loja, restaurante e tal. Quando cheguei aqui, a primeira música que escutei foi “La valse d’Amélie” do Yann Tiersen. Além de adorar o filme, o nome de uma das minhas gatas é Amélie, então nem preciso dizer que me senti em casa neh.
Os ucranianos gostam bastante de música e ao andar pela cidade, sempre há muitos cartazes com anúncios de shows e festivais, especialmente agora no verão. Inclusive, eles adoram música brasileira. Eu escuto muito mais música brasileira aqui do que escutava em Brasília e é bem comum entrar em algum restaurante ou loja e ouvir uma bossa nova ao fundo. Há também muitos artistas de rua espalhados pela cidade e eu consegui registrar a dupla da foto acima tocando na praça da Zoloti Vorota (Golden Gate).
Esse fim de semana aconteceu o Ostrov Festival, dedicado ao público que curte música eletrônica. O festival aconteceu na ilha Trukhaniv, localizada no rio Dnipro. Nessa ilha tem cafés e restaurantes, a praia, complexos esportivos e dá pra atravessar o rio Dnipro numa tirolesa. A melhor maneira de chegar lá é pela ponte para pedestres que foi construída em 1957. E lá fomos nós atravessar a ponte para assistir ao show da Onuka que estava previsto para começar às 19h de ontem. Domingo foi dia da constituição, um feriado local, e todos os feriados que caem no domingo, são transferidos para segunda-feira. Devo dizer que nem acho ruim quando isso acontece hehe.
“Tá Alê, mas e o show?” O show foi ÓTEMO! Onuka ao vivo é tão legal quanto no disco. Produção impecável, som de alta qualidade, figurino, luz… Ficamos bem na frente do palco, então deu para fotografar bem direitinho para compartilhar aqui. Adorei ver todos os intrumentos que ela e a banda tocam e poder identificar cada barulhinho diferente que eu escuto nas músicas e não tinha ideia de que instrumento seria.