Estava eu passeando casualmente pelo Kurazh Bazar no ano passado e resolvi parar para dar uma olhada nos LPs. Me deparei com vários discos de bandas famosas, mas tudo escrito em cirílico e achei as artes das capas muito engraçadas. Claro que levei pra casa uma edição do “Led Zeppelin IV” com uma capa muito peculiar. Quanto mais eu olhava para aquela capa e todos os seus detalhes, mais intrigada ficava. Lógico que dei uma fuçada nas interwebs pra ver se encontrava alguma informação e descobri várias coisas que serão devidamente compartilhadas nesse post.
Continue Reading…Primeiro mês do ano e aquele pensamento de “o que vou fazer esse ano?”, avaliação sobre “o que fiz no ano passado?” tomam conta da nossa mente não é? Então, achei que esse era um bom post para tirar do rascunho. Planejar é uma coisa, partir para ação já é outra história e no meio mora a famosa procrastinação.
Quando fui para Moscou no ano passado, visitei o Center of Photography The Lumiere Brothers e uma das exposições que estavam lá era do fotógrafo japonês Ikuru Kuwajima. Ele se inspirou no livro “Eu, Oblomov”, escrito por Ivan Goncharov em meados do século XIX, para criar essa série fotográfica cujo tema é justamente a tal da procrastinação que ganhou o nome de “oblomovismo” na Rússia por conta do personagem principal dessa história.
A Ba me indicou essa tag em agosto do ano passado e acabou entrando na fila dos rascunhos. Como o ano está começando (aliás, feliz ano novo!), acho que é um bom pretexto para passar esse post na frente dos outros. Ainda estou me adaptando às mudanças da nova versão do wordpress e estou achando tudo bem esquisito… Mas vamos lá:
Algo que você gosta de fazer todo dia.
Tomar café da manhã assistindo vídeos no celular.
Continue Reading…Outubro foi um mês complicado, como se não bastasse as notícias do Brasil, meu blog ainda foi invadido… Maaaaaas ainda assim consegui sair para fotografar um pouquinho a minha estação preferida e que dura tão pouco. Ver a natureza e fotografar é sempre terapêutico e eu não podia deixar essa estação tão linda e efêmera passar em branco. Agora o inverno já reina e as árvores estão sem folhas. A temperatura já encontra-se abaixo de zero e a luz se despede às 16hs. As primeiras fotos desse post foram feitas no Parque Taras Shevchenko. A estátua abaixo representa o poeta ucraniano que dá nome ao parque localizado em frente à universidade que também leva o nome dele.
Enquanto o Brasil pegava fogo por conta das eleições, resolvemos fazer um passeio guiado em português pelo Parque Nacional Mezhyhirya (a pronúncia é “mejirríria”). Esse é um local que eu queria visitar há muito tempo, mas sempre adiava. O parque está localizado fora de Kiev, então demanda um certo planejamento para ir pra lá. Além disso, eu não queria visitar só o parque, mas queria conhecer especialmente a residência onde viveu Víktor Yanukóvytch, o ex-presidente da Ucrânia.
Há exatos 5 anos, começaram os protestos da Revolução Euromaidan que duraram até fevereiro de 2014, quando Yanukóvytch acabou fugindo para a Rússia e novas eleições foram convocadas meses depois. Até então, os ucranianos não tinham conhecimento da real residência do ex-presidente, já que a casa que ele mostrou para os jornalistas era bem mais humilde (aquele cheirinho de fake news no ar…). Só depois que ele fugiu para a Rússia é que os participantes dos protestos decidiram ir para a Mezhyhirya e descobriram para onde estava indo o dinheiro da população e você pode conferir e se chocar também com as fotos desse post.
Esse post era pra ter entrado no dia das bruxas, porém não consegui editar essas fotos a tempo. Bom, estamos atravessando tempos sombrios, às vezes dou uma choradinha, mas minha mãe me ensinou foi cedo a engolir o choro. A dor e a raiva são ótimos combustíveis para a criação e eu já estava com a ideia desse ensaio na minha cabeça há tempos, mas resolvi colocá-la em prática no dia do segundo turno da eleição. Votei e voltei pra casa pra fazer essas fotos. A arte sempre me salva e eu sou trabalhada nas trevas desde criancinha. Já tem um tempo que estou meio enjoada dessas fotos clarinhas que venho fazendo, então todo esse contexto foi um ótimo pretexto para colocar essas ideias em prática.
No final de 2009, o CCBB de Brasília organizou uma exposição maravilhosa sobre Clarice Lispector e o folder da exposição tem essa foto dela na capa. Nessa mesma exposição tinha um vídeo da última entrevista que ela gravou em 1977, alguns meses antes de morrer. Hoje você pode assistir essa entrevista incrível no YouTube. Assisti novamente recentemente e me identifiquei com a fala dela em vários momentos. Além de trazer informações, o folder é um caderninho de anotações. Um dia eu estava arrumando umas coisas em casa e encontrei esse folder com anotações de “A paixão segundo GH” que um amigo me deu de presente de aniversário em 2010.
Comentei nesse post que a vida anda movimentada e que eu tive que ir ao Brasil para encerrar um ciclo da minha vida, mas lógico que não deu para resolver tudo lá por conta de burocracias, prazos e blábláblá. Então, tive que fazer o processo para o saque do FGTS por um consulado. Ainda bem que tem essa opção para quem mora no exterior neh? \o/ Como não tem nenhum consulado no leste europeu onde dê para fazer esse processo, tive que viajar de novo para resolver isso e foi assim que fui parar em Rotterdam no início do mês passado.
Claro que eu e marido aproveitamos essa oportunidade para passar um fim de semana em Amsterdam, já que tem voo direto de Kiev e de lá é só pegar um trem para ir para Rotterdam, cidade que a gente ainda não conhecia. Visitamos a Holanda em 2016 e ficou aquele gostinho de quero mais e agora tínhamos o pretexto perfeito para voltar.
Fotografar com filme é uma experiência completamente diferente de fotografar com câmera digital e há algum tempo a saudade dessa experiência bateu em mim e eu resolvi colocar um filme na câmera e ver no que ia dar. Meu amor pela fotografia está muito ligado à fotografia analógica porque ele nasceu quando eu comecei a fotografar com a Olympus Trip 35 em 2007 (contei melhor nesse post aqui). Eu não fotografava com câmera analógica há MUITO tempo e não sabia se ainda lembrava como era mexer em tudo. Resolvi pegar uma câmera sem fotômetro só pra ser mais emocionante mesmo e claro que várias fotos saíram superexpostas.
A câmera usada foi uma Ricoh 35 ZF que tem um funcionamento similar ao da Olympus Trip 35, especialmente em relação ao foco que você meio que tem que adivinhar a distância do que você quer que esteja no foco. Esse é outro ponto que eu errei bastante e perdi algumas fotos. Mas faz parte de toda a experimentação e o fato de não ter um foco cravadão, é algo que me atrai bastante nessas câmeras porque contribui muito pra essa estética meio de sonho que eu procuro na hora de criar imagens.
Que cinema e música são uma grande inspiração e referência para as imagens que crio acho que não é novidade pra ninguém, até porque elas já foram várias vezes comparadas ao trabalho do cineasta Wes Anderson. O mais interessante é que o trabalho dele nunca foi uma referência consciente pra mim, mas claro que fico lisonjeada com a comparação, já que ele tem uma grande preocupação estética e sabe trabalhar muito bem com as cores, as simetrias e o lúdico, elementos que eu uso bastante também.
Outro elemento que eu busco na hora de editar as fotos, é dar um clima de sonho. E se tem um cineasta que trabalha muito bem essa temática, esse cara é o David Lynch. Quando fiquei sabendo que meus amigos estavam com esse projeto musical todo trabalhado em Twin Peaks, imediatamente eu quis fazer um ensaio com eles, pois teria liberdade para trabalhar minha criatividade, coisa que não posso fazer com os clientes (preciso ser mais “quadrada”). Resolvi colocar as fotos numa sequência que fizesse sentido para explicar o processo criativo por trás delas. Algo parecido com o que eu fiz nesse ensaio de 2014.
Em março, participei de uma visita guiada ao Museu do Bulgákov que funciona na casa onde o escritor e sua família viveram entre 1906 e 1919. A casa localiza-se na histórica rua Andriyivsky Uzviz. Eu ainda não tinha visitado esse museu porque queria ao menos ler algo do escritor antes de conhecer a casa onde ele morou. Em 2016, li “O mestre e Margarida”, sua obra mais famosa. Fiquei bem animada quando fiquei sabendo sobre essa visita guiada. Já adianto que adorei conhecer a casa por dentro e compartilho as minhas fotos preferidas.