Curso de Revelação e Impressão em Laboratório

No verão do ano passado, realizei meu sonho de aprender a revelar filmes e fazer impressões em laboratório. Graças ao Analog Club Amsterdam, descobri que o Barry organiza sessões no laboratório comunitário do MK24, além dos passeios fotográficos. Para usar o laboratório comunitário, é preciso ter feito o curso no MK24, e foi assim que eu e o respectivo nos inscrevemos para aprender a revelar e imprimir nossas fotos. Ele já tinha aprendido a revelar fotos quando ainda morávamos no Brasil, mas esqueceu tudo por falta de prática. Já a impressão em laboratório era novidade para nós dois.

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A imagem que abre o post é da primeira folha de contato que fiz na vida. Sempre adorei ver as folhas de contato de fotógrafos famosos na internet, porque é lá que você vê a foto como ela realmente saiu, sem qualquer edição. Antigamente, os fotógrafos selecionavam as melhores fotos pela folha de contato e depois ampliavam e editavam as fotos em laboratório. Tudo que é feito digitalmente em softwares de edição, era feito à mão. Inclusive, as ferramentas do Photoshop e afins foram inspiradas em técnicas que eram realizadas em laboratório.

O curso é focado em filme preto e branco porque o processo de revelação e impressão de filmes coloridos é mais complexo e usa químicos diferentes. Não fotografo muito em preto e branco, mas claro que isso mudou depois do curso, já que agora posso revelar em casa e sai bem mais em conta. Uma das coisas mais legais de saber revelar e imprimir suas próprias fotos, é que você tem controle sobre todo o processo.

Eu e o respectivo tínhamos recém feito um film swap e esse rolo foi revelado e impresso durante o curso. Film swap é quando você fotografa um rolo inteiro e entrega esse filme para outra pessoa fotografar de novo, gerando duplas exposições. Eu fotografei primeiro e depois meu marido fotografou sem saber o que eu tinha fotografado e algumas fotos saíram bem legais. Amei que nós dois fotografamos a Amélie no mesmo quadro e eu só descobri isso quando fiz a folha de contato em laboratório. Abaixo, mais algumas fotos deste mesmo rolo de filme.

Levei alguns negativos antigos para fazer impressões durante o curso porque eu só tinha versões físicas dessas fotos impressas a jato de tinta, a partir de um negativo escaneado, e eu queria ter a impressão direto do negativo, ou seja, 100% analógica. Essas fotos acabaram fazendo parte da exposição que o Barry organizou em novembro do ano passado e você pode saber mais detalhes sobre ela clicando aqui.

As fotos do film swap que levamos para a exposição foram impressas a jato de tinta, mas nesse último fim de semana, fiz uma versões da “You look great today” no laboratório. No momento, estou fazendo um outro film swap com uma colega do Analog Club e curiosa pra ver o que vai sair. Espero que saia algo legal para eu poder imprimir no laboratório.

Minha criança interior está muito feliz por estar realizando o sonho de ser fotógrafa e ter a experiência analógica completa. Me dedicar a esse projeto analógico desde 2019 tem sido uma das melhores decisões que já tomei na vida. Em tempos de imediatismo digital, fazer algo em ritmo lento é praticamente um ato de rebeldia.