Uma das coisas que mais me encanta na fotografia, é a possibilidade de fazer experiências. Este blog é um grande laboratório das minhas experiências e este post é sobre a última que eu fiz. Uma amiga me deu de presente esses lumens há um tempão, mas só esse ano eu consegui me organizar para fazer. O sol é um elemento essencial para o sucesso deste processo alternativo de impressão, só que eu vivo numa cidade onde não tem sol forte disponível assim o tempo todo, então tive que esperar o inverno acabar e a previsão do tempo me mostrar um belo dia ensolarado.
Lumen é um processo fotográfico que não precisa de câmera. Este processo foi utilizado por Henry Fox Talbot, John Herchel e Anna Atkins a partir de 1820. É um papel fotossensível que vai imprimir o que estiver em cima dele ao ser exposto à luz do sol. Nas instruções do pacote dos lumens dizia para colocar uma flor ou folha em cima do papel, porém eu tive a ideia de colocar um negativo para ver se a foto sairia impressa. Teria que ser um negativo preto e branco, o que facilitou um pouco a minha vida porque tenho poucos negativos preto e branco. Resolvi pegar só negativos de filme 120mm porque eles são maiores que os de filme 35mm.
É uma obra efêmera, não dura mais de 10 dias. A imagem inicial vai desbotando aos poucos até o papel se tornar escuro. Daí a gente usa a tecnologia para conservar as imagens. A que abre o post foi a que ficou melhor. Meus negativos estavam um pouco encurvados e, mesmo colocando um vidro de porta-retrato em cima, eles não ficaram super encostadinhos no papel, daí não imprimiu tão bem. Eu não tinha grandes expectativas, sabia que na teoria funcionaria, na prática, só tinha um jeito de descobrir.
Acabei escaneando colorido, mas talvez fosse melhor escanear na opção preto e branco. Não fiz nenhuma modificação, salvei do jeito que saiu do scanner. Portanto, as cores desses dois últimos lumens não foram decisão minha. A cor real dos lumens é a das duas primeiras fotos e eu não sei porquê o scanner decidiu mudar as cores nessas duas últimas imagens. Mas eu curto esses resultados inesperados, então deixei assim mesmo.
Todas essas fotos foram feitas pelo meu respectivo na Ucrânia com uma câmera Kiev 88. Comecei a fotografar com essa câmera no ano passado e ainda tenho vários filmes 120mm para gastar. Compartilharei aqui à medida que eu for revelando os filmes.
Me contem aí se vocês já conheciam esse processo alternativo de impressão e se já fizeram alguma experiência desse tipo, vou adorar saber. Escaneei umas polaroids e compartilharei aqui também em breve.
9 Comments
Nunca tinha ouvido falar! Achei super mágico haha Imagina, naquela época que foi criado, que avanço!
A primeira foto ficou perfeita! Se não falasse, eu acharia que era um filtro do instagram. O que é meio ofensivo né? Desculpa. haha
Imagina a alegria deles ao descobrir que dava pra imprimir coisas com a luz do sol! Super mágico mesmo. hahahahahah eu ri aqui de você falando que chamar de filtro do instagram é ofensivo 😀
Uau, que incrível! Não conhecia esse processo fotográfico, que loucura saber que dá pra obter uma fotografia sem precisar de uma câmera, haha.
Ficaram muito conceituais e especiais, ainda mais sabendo que só duram poucos dias.
Amo que toda vez que venho aqui no seu blog, eu aprendo um pouco sobre fotografia que eu não fazia a menor ideia! Seus posts são demais, Alê! ♥
Beijos,
Livro de Memórias
Oi, Renata! Fico muito feliz que você que possa aprender um pouco por aqui, me dá motivação para fazer esses posts. Obrigada por comentar!
Beijos!
achei genial sua ideia de colocar um negativo em cima do papel! ficou incrível, alê. eu acho que já tinha ouvido falar desse processo, mas nem lembrava mais. eu amei muito as fotos que conseguiu fazer com essa experimentações, ficaram maravilhosas! obs: amo que eu sempre sumo, mas quando apareço tem um monte de post ~novo pra ler. bom sempre reencontrar aqui <3
Oi Kah! Bem vinda de volta à blogosfera! Continuo aqui no esquema slow content, mas resistindo. Amo que você sempre vem deixar um recadinho aqui quando volta com o blog. Muito obrigada! :-***
Que coisinha doida, jamais teria pensado em tacar o negativo em cima! hahah Pena que elas duram tão pouquinho, mas parece ser um experimento super divertido. Ainda quero testar cianótipos um dia, tenho um que comprei no sul da França e acho a coisa mais preciosa!
Menina, me veio a ideia do nada. Aí busquei uns vídeos no youtube pra ver se alguém já tinha feito assim, mas não encontrei. Encontrei outros vídeos sobre lumens e pela lógica, devia funcionar. Aí eu fui tentar neh. Tenho um cianótipo aqui que o Rafa fez há muito tempo num curso de processos alternativos, mas eu mesma nunca fiz um.
[…] comentei no último post, resolvi escanear uns instantâneos antigos e compartilhar aqui. Já que vocês gostaram do post […]