PARTE I – A DOCUMENTAÇÃO
A maioria das pessoas me olhava com cara de espanto sempre que eu afirmava que levaria as gatas comigo para o exterior. Não entendo o motivo das pessoas acharem tão absurdo, afinal elas fazem parte da nossa família. Mas confesso que dá trabalho por conta de toda a burocracia envolvida.
O primeiro passo é colocar o microchip que precisa ter a certificação ISO 11784 ou 11785. Depois é necessário aplicar a vacina contra a raiva. Mesmo que seu animal já seja vacinado, só conta a dose feita após a microchipagem. Esse processo foi feito ainda em 2013, quando pensávamos em ir para o Japão, pois lá é exigido duas aplicações da vacina contra a raiva após a microchipagem.
Quando recebemos a confirmação de que viríamos para Kiev, levamos Lola e Amélie para fazer a sorologia. No Brasil só há um lugar com permissão para fazer esse exame, o CCZ de São Paulo. O sangue das gatas foi coletado no dia 26/06 em Brasília e enviado para São Paulo pela Casa do Gato, clínica veterinária onde levávamos as “meninas”.
Nesse meio tempo, conheci a Manu Matioli, ativista da causa animal e responsável pelo blog Green Pirates Group. Graças a um post compartilhado no Facebook por uma amiga em comum, começamos a manter contato. Manu estava planejando vir para Kiev por conta do conflito na Ucrânia, então eu a convidei para vir comigo e me ajudar com as gatas e ela ficaria hospedada em minha casa. Manu topou e eu costumo dizer que ela é um anjo que apareceu em nossas vidas porque eu não conseguiria vir pra cá sozinha trazendo Lola e Amélie (continue lendo e você entenderá o porquê).
Caso você esteja se perguntando “sozinha? e o seu marido?”, senta que lá vem história. De acordo com as exigências da União Européia, os animais só podem viajar após 90 dias contados da coleta do sangue para a sorologia. Além disso, o resultado da sorologia leva cerca de 2 meses para ficar pronto. Como o marido tinha um prazo máximo de 2 meses para se apresentar no trabalho, eu tive que ficar em Brasília descascando abacaxis.
Dentre os abacaxis, tinha a questão da passagem aérea. A passagem da Manu já havia sido reservada pela Air France, pois era a companhia aérea com menos conexões. O voo partiria de Brasília para Paris no dia 26/09 e, após 5 horas de conexão, seguiria rumo à Kiev. Mas a minha passagem ainda não havia sido comprada por conta de burocracias da Administração Pública brasileira… Resumindo, a passagem que me ofereceram tinha muitas conexões e eu não aceitei, já que não queria estressar ainda mais as gatas com tantas conexões. Acabou que compramos a passagem da Air France, igualzinha a da Manu.
No início de setembro, saiu o resultado da sorologia e faltava agendar o CZI – Certificado Zoossanitário Internacional. Esse é o documento que permite que seu animal viaje e deve ser apresentado no local de destino. Ele é emitido pelo Ministério da Agricultura e no site tem tudo bem explicadinho. Aproveito para elogiar o atendimento da Maria e da Nádia que trabalham na Vigiagro do Aeroporto Juscelino Kubitschek e foram super atenciosas comigo. Quando liguei lá, a Maria me explicou que a Ucrânia não seguia as mesmas exigências da União Européia e que já havia o modelo do CZI na língua ucraniana. Fiquei feliz por um lado, mas um pouco indignada por outro. Acabei fazendo o processo conforme as exigências da UE por total falta de informação no site da Embaixada da Ucrânia. O decreto que está disponível no site é mega incompleto e desatualizado. Enfim, dos males, o menor.
Bom, agendei o CZI para o dia 22/09, porém a Air France resolveu fazer greve a partir do dia 15/09 e eu comecei a pensar na possibilidade de não voar no dia 26/09, mas tinha esperanças da greve acabar até lá. No dia 22, fui na Casa do Gato pegar o atestado de saúde das “meninas” e segui para o aeroporto. Chegando lá, preenchi o requerimento, apresentei os atestados e os cartões de vacinação com o número do microchip, tudo conforme solicitado. Daí perguntei sobre a greve da Air France e a Nádia me informou que, caso o meu voo fosse remarcado e já tivesse passado o prazo de 10 dias do CZI, era só eu voltar lá que ela fazia a troca.
Continua na PARTE II.
nao sei quem eh anjo de quem aqui….acho que mais voce meu do que eu seu, rsrsrs….mas definitivmente viajar com a Lola e a Amelie foi uma experiencia surreal, de panico, no fim engracada….e detalhe….so na Franca eh que as nossas’ bolcinhas de cobertor’ foram `descobertas’….aqui nem no interrogatorio no controle de passaportes, rsrs……Mas como ativista em prol da causa animal, so tenho que tirar meu chapeu a voces, pois este eh o maior motivo de abandono de animais….viagens, mudancas……se todos os tutores fossem como voce….ah que sonho seria….
Pois é, sempre fico indignada quando alguém abandona um bichinho porque mudou de casa ou porque chegou um bebê na família. A partir do momento que você adota ou compra um animal, você é responsável por ele, é a referência dele e eles têm sentimentos assim como nós. É muita crueldade abandonar um bichinho por motivos tão banais.
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[…] a Paula graças ao Google e ela me ajudou muito quando eu estava pesquisando informações sobre como levar gatos para o exterior. Espero que possamos nos encontrar novamente várias […]