Depois de mais de 4 anos sem visitar o Brasil, finalmente consegui viajar para a minha cidade natal em novembro do ano passado. Foi a minha primeira viagem de avião pós pandemia, mas ainda estavam exigindo comprovação da vacina antes de entrar no avião para o Brasil. Essa viagem foi trabalhada na emoção, com direito à perda de voo em Lisboa e acidente de carro no Brasil (nada grave para nós, mas o motociclista que bateu na gente não pode dizer o mesmo…). Apesar disso, conseguimos não pegar COVID, resolvemos todas as pendências de médicos, bancos, DETRAN e matamos a saudade de amigos e familiares.
Graças a um atraso no voo que saía de Amsterdam para Lisboa, perdemos o voo para o Brasil e tivemos que passar um dia em Lisboa. A conexão era muito curta e eu já tenho experiência com voos perdidos e malas extraviadas, então sempre levo uma mudinha de roupa e minha escova de dentes na mochila. Tivemos que chorar um bocado para a TAP pagar hotel e táxi, mas conseguimos depois de muita espera. Daí seguimos para um passeio pela cidade e jantamos um delicioso bacalhau. Não entramos no museu da foto acima, só passamos lá na frente e eu registrei para lembrar dessa parada não planejada na capital portuguesa. Perdemos um dia de viagem em Brasília, mas é a vida né.
Só levei minha câmera analógica e uns 3 rolos de filme porque sabia que não ia ter tempo para fotografar. Minhas viagens para Brasília são sempre uma correria e eu preciso ficar fazendo o tetris dos compromissos para que dê tempo de resolver tudo e encontrar as pessoas. Procuro encaixar esses encontros em lugares que eu quero visitar, como foi o caso do Espaço Cultural Renato Russo, que eu ainda não tinha visitado depois que ele foi todo reformado. Nesse mesmo dia, aproveitei para visitar o Infinu que fica ali perto, então fica a dica de lugares para conhecer para quem estiver indo para Brasília.
Matar saudade de certas comidas está sempre no topo da lista e o Quituart é um excelente local para fazer isso. A foto acima foi feita lá com nossos amigos de longa data: a fotógrafa Jacqueline Lisboa e o DJ/Promoter Spot (@spotrem) . Acho essa foto tão Brasil: bandeirinhas do Brasil penduradas (estava rolando Copa do Mundo fora de época), perninhas de fora, camiseta do Racionais, camiseta do Flamengo e um quiosque chamado “Tia Rô” ao fundo. Relevem o meu cabelo horrível porque não consegui marcar um corte antes da viagem. Mas consegui resolver isso em Brasília com a minha cabeleireira querida, portanto nas próximas fotos a situação capilar está melhor. Nesse mesmo dia, fomos conferir a Feira Motim (@edicoesmotim), realizada no CONIC – Setor de Diversões Sul. Fiz a foto que abre o post a caminho da feira, bem no coração de Brasília.
Por falar em coração, a foto acima é bem especial pra mim porque essa arte é de um amigo, Jean Matos (@matosjean). Ela estava (ou ainda está) localizada perto do setor de clínicas sul, onde fiz várias consultas e exames médicos. A primeira vez que a vi, foi passando de carro, mas eu sabia que voltaria lá para fazer mais exames. Nesse dia, eu tinha feito um exame que precisava ficar em jejum e, quando terminou, estava louca para tomar café da manhã. No caminho entre a clínica e o Ernesto Cafés Especiais, parei para fazer a foto da arte do Jean e depois me deliciei com um capuccino e um pãozinho com queijo minas, enquanto observava as árvores e apreciava um belo dia quentinho que dá para vestir saia ou vestido, sentido zero saudade da friaca que eu enfrentaria pelos meses seguintes ao voltar pra casa.
Consegui visitar minhas avós, morrendo de medo de levar vírus pra elas acidentalmente, por isso fiquei de máscara o tempo todo. Elas estão devidamente vacinadas e eu também, mas sabe-se lá. Tinha uma galera pegando COVID em Brasília nessa época e eu estava circulando intensamente, mas não podia deixar de visitá-las. Afinal, elas já estão com idade avançada e nunca se sabe se essa foi a última vez que nos encontramos. Missão cumprida, as duas saudáveis e devidamente registradas em filme. As fotos acima foram feitas com um Kodacolor VR Plus 400, vencido em 2010. E as fotos abaixo foram feitas com um Fuji PRO 400H, o filme descontinuado da Fuji. Clique aqui caso queira ver mais fotos desses mesmos filmes.
Na reta final da viagem, conseguimos almoçar com as fotógrafas Mayara Senise (@mayarasenisefotografia) e Júlia Salustiano (@juliasalustianofamilias), e depois seguimos para uma visita ao Espaço Cultural Pé Vermelho, em Planaltina-DF. O Pé Vermelho (@pevermelhoec) é um espaço de formação, produção e promoção de artes, localizado na histórica Planaltina (cidade da periferia de Brasília), com foco na produção de artistas não-sudestinos e cerratenses. Atualmente, os artistas responsáveis por conduzir as atividades e que ocupam os ateliês do espaço são: Douglas Ferreiro (@douglassferreiro), João Angelini (@joao.angelini), Luciana Paiva (@luciana_paiva_), Marcela Campos (@marcela.campos.art), Rafael da Escóssia (@bixakamikaze), Raissa Studart (@raissastudart) e Shevan Lopes (@shevanlopes). Durante o mês de novembro, a Marcela e a Raíssa estavam fazendo uma residência artística no Pé Vermelho e tivemos a oportunidade de ver algumas obras em primeira mão.
Fomos recebidos com um delicioso café da tarde e muita conversa boa. Vale ressaltar que a Marcela é minha prima, por isso esse encontro foi ainda mais especial. Nossa visita aconteceu antes da inauguração do espaço e ainda tinha um pessoal dando os toques finais na obra antes da exposição ser montada. Em abril desse ano, a Marcela realizou sua primeira exposição individual na Referência Galeria de Arte e também teve obras apresentadas na SP-Arte 2023. Ela e o João também fazem parte do Grupo Empreza (GE), que possui um vasto repertório de ações performáticas, happenings e produções audiovisuais e fotográficas. Talvez você até já tenha se deparado com algum trabalho deles por aí.
Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho de Brasília pelas lentes da minha câmera analógica. Não deixem de conferir o trabalho de todos os artistas citados porque eles merecem (coloquei todos os @ do Instagram). Acabei demorando para fazer esse post porque, além de várias coisas acontecendo do lado de cá, ando com ranço de computador, então acabei procrastinando. Queria ter tido mais tempo para fazer fotos melhores? Sim, porém nem sempre as circunstâncias são ideais e a gente faz o que dá. As fotos não eram prioridade nessa viagem e o importante é que conseguimos resolver tudo que precisava e matamos um pouco da saudade dos nossos.
4 Comments
imagino a correria depois de tanto tempo longe. querer conhecer lugares, matar saudade de coisas e pessoas, burocracias da vida adulta HAHA quase uma vida em poucos dias né? HAHAHA adorei os registros <3
Menina, é sempre uma loucura! Mas conseguimos a façanha de conseguir resolver todas as pendências em 2 semanas, especialmente os exames médicos. Feliz que curtiu os registros <3
Ale, que delícia de fotos! Todas gritam Brasil haha.. os sorrisos largos, as bandeirinhas, o tanto de verde acidental – nossas plantas maravilhosas! – sério… E muita coisa legal de Brasília. Que bom que você conseguiu aproveitar bastante, ver seus queridos, essas avós fofas <3, e recarregar suas baterias. Beijáo
Foi bom e deixou bastante saudade, especialmente do clima. Essa é a Brasília pelo olhar de uma brasiliense. Beijos!