Acho muito incrível as coincidências da vida. Conheci a Patty em Kiev, logo que cheguei lá. Ela também tinha recém chegado na Ucrânia e as circunstâncias das nossas vidas eram muito parecidas. Ao contrário de mim, ela é inquieta e logo descobriu um grupo de expatriadas da qual passou a fazer parte e vivia me convidando para entrar. Como sou mais introspectiva, não sentia essa necessidade de conhecer gente nova.
Um belo dia, ela me chamou para um passeio pela floresta organizado pelo tal grupo de expatriadas que também atua como ONG em Kiev. Fui porque queria fotografar e escrever um post aqui para o blog. Na época, ainda estava em busca do meu estilo de edição. As fotos acima foram reeditadas com meu estilo atual.
Um ano depois, comprei uma câmera nova durante a viagem para a Alemanha. A câmera que eu usava na época já tinha 4 anos, o foco automático era lento e não tinha altos recursos. Nem estava pensando em trabalhar com fotografia, apesar de já estar quase 100% satisfeita com meu estilo de edição. Assim que voltei da Alemanha, conheci a Patrícia do Casal Partiu graças à existência deste blog.
Trocamos muitas ideias, ela elogiou minhas fotos e disse que dava pra perceber que “tinha um cuidado”. Um comentário desse teve um peso, levando em consideração que a Patti trabalhou como fotógrafa de casamentos por 10 anos. Fiz as fotos do casal só para me habituar com a câmera nova e fazer um post pro blog, mas nem fiquei 100% satisfeita com o resultado. A Patti me indicou um curso maravilhoso de uma fotógrafa neozelandesa chamada Sue Bryce. Esse curso foi um divisor de águas na minha vida porque ela ensina como dirigir pessoas.
No mês seguinte, apareceu uma oportunidade e fiz meu primeiro freela para o grupo de expatriadas que a Patty me apresentou um ano antes. Topei porque estava com um equipamento que dava conta do recado e porque tinha encontrado meu estilo. Agora em maio completou dois anos que resolvi encarar a fotografia como profissão, algo que sempre tive receio de fazer porque sei que vida de fotógrafo não é fácil (de fotógrafA então…). Lidar com a vaidade e a autoestima das pessoas é extremamente complicado. Fotografia é algo que vai muito além de câmeras e lentes.
Pouco depois de fazer as fotos do início do post, viajei para Londres e comprei o livro “Just Kids” da Patti Smith na loja do Tate Modern e li naquele mesmo ano. Minha relação com a Patti Smith é muito mais fotográfica e literária do que musical, apesar de ter visto um show dela no Tim Festival de 2006. A foto acima é um retrato da Patti Smith feito pelo Robert Mappelthorpe, seu grande parceiro artístico. Visitei uma exposição dele em 2011 e fiquei um tempão admirando essa foto. É a minha preferida.
Aí no ano passado a Florence lançou o disco “High as Hope” e a faixa “Patricia” tem a Patti Smith como inspiração. Cada vez que ouço essa música penso em todo o caminho percorrido até aqui e nas coincidências dos últimos anos. E como tudo faz muito sentido… “And do you understand with every seed you sow you make this cold world beautiful?”.
AHh as coincidências da vida, as coisas que nos trazem onde devemos estar. Você tem um claro dom, e viva as Patrícias que passaram pelo seu caminho e te ajudaram a potencializa-lo <3
“as coisas que nos trazem onde devemos estar”, exatamente isso. Altas coincidências acontecendo por aqui, essa é só uma que eu quis deixar registrada aqui pra sempre lembrar. Curtindo muito essa jornada! <3
She told me all doors are open to the believer, and I believe her <3
We believe her, honey! <3
eu amo as coincidências da vida e como elas vão se encontrando e desenrolando com o passar dos anos, das nossas vivências. a vida é um caixinha de surpresas né?
sim, a vida é uma caixinha de surpresas e eu adoro ir notando essas coicidências que ocorrem ao longo do caminho. <3